Uma perda irreparável
quinta-feira, 08 de dezembro de 2015
Um homem forte, com 77 anos, trabalhador e cumpridor dos seus deveres, que nunca teve uma doença, de repente sente uma dor forte abdominal, é internado dia 30 de novembro de 2015.
Após exame de Tumografia Computadorizada de Abdome Total, Fígado, Vesícula Biliar, Pâncreas, Baco, Víceras Ôcas, Cavidade Peritoneal, Espaço Retroperioteneal, diagnóstico: Metástase no fígado, o câncer já tinha tomado todo abdome dele, apenas Rins, Bexiga e Próstata estava normal.
Dias difíceis, tempo de expor nossa família nas redes sociais, nas Tvs, Secretária Pública da Saúde, Defensoria Pública, Poder Judiciário, acesso direto ao SusFácil, com mais de mil chamadas para ajuda. Muito rápido e sem explicação.
Salmos 23:4 diz “Mesmo quando eu andar por uma vale de trevas e morte, não temerei mal algum, pois tu estás comigo; e a tua vara e o teu cajado me protegem”.
Chegamos ao caos! Chegamos ao ponto que, se não colocarmos a vida na mídia, se não fizermos alarme, nada se resolve.
Doze dias depois, dia 12 de Dezembro de 2015, o Senhor recolhe meu pai, para sua glória.
Entender este amor de Deus sobre as nossas vidas, parece meio louco, como pode “Deus me amar tanto, mais levar meu pai”. Somente a saudade ficou, é preciso exercitar o sentimento de aceitação, sem murmurar ou questionar.
Natal e Ano Novo chegando, um diagnóstico muito próximo, somente em Deus para encontrar refrigério para minha alma, que só gemia, pedindo socorro.
Letícia Thompson fala o seguinte: – Um amigo não vale pelo outro, um irmão não vale pelo outro e nada no mundo poderá substituir nossos pais.
Um ano depois nós somos surpreendidos, nas redes sociais, minha filha fala da saudade.
Tempo, tempo, tempo. Faz um ano que você não está aqui. Meu coração ainda acha que está. Me pego te procurando sentado na calçada quando estou chegando em casa, ou quando entro na sua casa fico esperando você vim reclamar e tomar um tiquim de café… Ah vovô, talvez você não tenha sido o melhor marido do mundo (mesmo tendo mais de 50 anos de casado com a vovó), talvez também você não tenha sido um bom pai pra todos os seus filhos, mas com toda certeza do mundo a missão avô foi um sucesso. Proteger os netos, lotar a geladeira de bobeira quando a gente era criança, pagar pastel na feira, tudo faz muita falta. Acho que você se foi muito rápido, tão rápido que a minha ficha não vai cair nunca. Todo dia eu atravessava a rua, comia uma banana no buteco, dizia onde ia e me despedia: “com Deus vô”, “ameia” (ah o seu amém)… Hoje você está com ele, eu creio. Eu tô cuidando da vovó viu?! Foi um ano bem cheio, mas a mamãe tá bem e curada, a vovó passeando muito e indo sempre na “igrejeira” que você nunca entendeu porque ela gostava tanto… Ah, ganhamos a Lídia tb, sua bisneta, acho que ela veio ajudar a gente a caminhar mais feliz. É muita saudade, mas que privilégio ter convivido com você por 25 anos e meio… Hoje o dia tá cinza, bem sem graça, mas vou sorrir por aí e colorir ele de gratidão! Sua princesinha aqui, vai sempre cuidar da família que você deixou…
